Fernando pessoa
AS ILHAS AFORTUNADAS
Fernando Pessoa
Pedro Ferreira Lopes nr.18 - 12ºB
“As ilhas afortunadas, são terras sem ter lugar”
Fernando Pessoa
"As Ilhas Afortunadas"
Que voz vem no som das ondas
Que não é a voz do mar?
É a voz de alguém que nos fala,
Mas que, se escutarmos, cala,
Por ter havido escutar.
E só se, meio dormindo,
Sem saber de ouvir ouvimos,
Que ela nos diz a esperança
A que, como uma criança
Dormente, a dormir sorrimos.
São ilhas afortunadas,
São terras sem ter lugar,
Onde o Rei mora esperando.
Mas, se vamos despertando,
Cala a voz, e há só o mar.
Explicação da lenda
• As ilhas afortunadas são uma lenda medieval
• Por vezes o nome é associado a ilhas maravilhosas (por exemplo, com cidades de ouro puro) que teriam existência real e chegavam até a estar indicadas nos mapas náutcos;
• Outras vezes referiam-se declaradamente a ilhas que podiam ser vistas pelos mareantes mas nunca alcançadas;
• Provavelmente a lenda foi sugerida por fenómenos atmosféricos que provocavam miragens de terras inexistentes no meio do mar;
“onde o Rei mora esperando”
• de novo Fernando Pessoa faz uma convolução das lendas da Távola
Redonda e do Desejado;
• Supostamente, depois da batalha de Camlann em que Artur matou
Mordred mas foi, ele também, mortalmente ferido, o rei moribundo foi levado para a Ilha de Avalon (uma “ilha afortunada”) onde, em vez de morrer, ficou adormecido para um dia voltar numa hora de suprema necessidade para salvar o seu povo e restaurar o seu reino.