Fernando pessoa
1. O sujeito poético apresenta uma comparação com um girassol. Esta comparação é feita para mostrar a nitidez do seu olhar, pois esta planta tem a particularidade de seguir continuamente a luz do sol. Para o poeta a sensação visual é-lhe suficiente na sua relação com o mundo, rejeitando pensamentos.
2. O sujeito poético neste poema afirma que basta sentir a realidade, não precisa de a questionar, não precisa de saber porque é que ela existe.
3. "Eu não tenho filosofia: tenho sentidos...". Esta afirmação clarifica a sua veia antifilosofia, evidenciando a recusa da metafísica, do pensamento abstrato, defendendo em alternativa a prioridade dos sentidos.
4. "Porque pensar é não compreender..." - v. 15 – Esta afirmação representa a supremacia do olhar sobre o pensamento.
“ (Pensar é estar doente dos olhos) " - v. 17)- Este verso é uma confirmação da negação do pensamento, pois não devemos procurar ou atribuir significados ao mundo, devemos antes deixar-nos guiar pelos sentidos, pelas sensações puras, aceitando pacificamente as coisas tais quais elas são.
“Amar é a eterna inocência,/ E a única inocência é não pensar…”- v.24/25- se "amar é a eterna inocência" e se "a única inocência é não pensar", então "amar" é "não pensar". Neste sentido, não pensar é uma espécie de amor sem objeto, um amor ideal.
5. Alberto Caeiro é um poeta que consegue submeter o pensamento ao sentir, abolir o vício de pensar e viver apenas pelas sensações. Alberto Caeiro consegue alcançar facilmente aquilo que para Fernando Pessoa é um desejo impossível.
Poema Sétimo – “Da minha aldeia vejo quanto da terra se pode ver no Universo…”
1.1. Para o sujeito poético o acto de ver é primordial. Assim, para ele, o “ver” é “tudo” (“Da minha aldeia vejo quanto da terra se pode ver do Universo…”), ou seja, apenas aquilo que o sujeito poético perceciona através das sensações visuais é importante para o