"A psicologia perinatal e a importância do cuidado à maternidade
O curso de Formação do Instituto Gerar em Psicologia Perinatal transformou-se num fio condutor do trabalho de cuidado à maternidade que realizo, pois lhe doou um acréscimo, e foi cerzindo a compreensão à atuação acerca da relação central na vida de todos nós, a relação mãe-filho. A condição emocional do ser humano é construída sob a égide da maternidade, e a vivência possível para a dupla mãe-bebê, torna-se a célula mater, de onde provém o capítulo mais primitivo da nossa história. Antes mesmo da concepção, o desejo em maternar é uma presença, e a possibilidade de conceber realiza o desejo, ainda que o desejo não habite a consciência, ainda que o desejo seja um desconhecido. E mesmo quando o corpo não consente (numa alusão à Thérèse Bertherat) o desejo pode ser revelado, e ainda mais, ele pode ser perseguido. E até quando o desejo em maternar não habita parte alguma, ainda assim, o que está por trás, é a história pessoal atravessada pela experiência da maternagem recebida. A maternidade pode ser vista como a experiência centralizadora da condição humana, pelo simples fato de sermos, todos nós, filhos. Qualquer que tenha sido a vivência, todos nós fomos gerados por uma mulher-mãe. A Perinatalidade se propõe a lidar com o entorno da maternidade, e com a rica complexidade possível na teia de seus relacionamentos, desejos, fantasias e vivências. O cuidado que a Psicologia Perinatal oferece, congrega o caráter preventivo da relação que se estabelece com a maternidade, desde o desejo em ser pai e ser mãe, até a saúde emocional do bebê, e sua constituição como ser humano, passando seu olhar pelas relações familiares. Há, nessa intenção, um enriquecimento na vivência do psicólogo perinatal, pois somos convidados a “dançar” em ritmos outros, já que a interdisciplinaridade é uma característica da atuação profissional. Outros saberes tão importantes na