fernando Dosi
GIOVANNI DOSI
(The Manchester School, v. 56, n. 2, june/1988)
(Texto para aula - resumo e tradução por Silvia Harumi Toyoshima)
I. Introdução
Este artigo se refere ao papel das instituições e políticas públicas e suas relações com os processos de mercado em economias abertas, caracterizadas por várias formas de mudança técnica. A abordagem mais familiar na teoria econômica contemporânea reduz as questões institucionais e de política pública a exceções, anomalias e casos particulares de uma estrutura geral centrada nas condições de equilíbrio do sistema econômico. Nessa visão, em que a otimização seria atingida através dos mecanismos de mercado, instituições e políticas públicas estão presentes apenas para corrigir eventuais falhas e imperfeições de mercado, informações limitadas, etc. A preocupação com a constituição política e moral das sociedades, presentes nos clássicos, como Adam Smith, desapareceu da atenção explícita dos economistas. A proposição sugerida aqui é a retomada de algumas idéias dos economistas políticos iniciais procurando criar uma estrutura de análise de instituições. Essa proposição está assentada em quatro hipóteses fundamentais: a) o comportamento (e os seus resultados) não pode adequadamente ser postulados pela racionalidade simples e universal do homo economicus postulado pela teoria econômica prevalecente; b) mercados e processos econômicos são também instituições específicas de períodos históricos, culturas, países etc.; c) há combinações particulares entre instituições lato sensu que ; e d) variáveis não-mercado (incluindo, claro, políticas no sentido estrito) são uma característica permanente da constituição de sistemas econômicos e uma parte essencial da forma como a máquina econômica é “sintonizada” e evolui. A abordagem reducionista é limitada e deixa muitas questões sem serem respondidas: por que o desempenho da economia inglesa é