Feminismo
(À respeito dos homens e a luta feminista)*
“Creio, perante a evolução imensa.
Que o homem de amanhã vença
O homem particular eu que ontem fui!”
Augusto dos Anjos
"Todo verdadeiro revolucionário deve sentir em sua própria face o tapa dado na faSe de qualquer outro ser humano"
Che Guevara ( depois de Marti)
A questão central que aqui se propõe parte de um pressuposto básico: a luta específica das mulheres contra a opressão a que se encontram submetidas se vincula, sem que isto signifique a perda de sua particularidade, à luta mais ampla pela transformação integral da sociedade. Qual a relação entre a mediação particular e a mediação universal, ou seja, a luta específica da mulher e a luta de classes? Neste sentido, a relação do movimento de mulheres e do feminismo com outras organizações políticas mistas evidencia a necessidade de refletir sobre sua ação e concepção em relação à parcela masculina e seu papel.
No caminho percorrido pelo movimento de mulheres e, em específico pelo feminismo, podemos presenciar uma saudável evolução que caminha, nos dias atuais, para uma síntese bastante promissora e fecunda. Passaremos rapidamente por um apanhado desta evolução teórica.
MARXISMO E FEMINISMO: Casamento infeliz?
Parte-se de um certo entendimento de que, apesar das contribuições significativas das elaborações marxianas e engelianas sobre a mulher na sociedade capitalista, sobre a família e a exploração da mulher como parte da classe trabalhadora não podemos encontrar nos escritos originários de Marx e Engels os elementos para uma teorização sobre a opressão específica sobre as mulheres. Existe uma tendência a se caracterizar uma identidade entre exploração-opressão, o que leva a considerar que a inclusão da mulher no mundo do trabalho pela crescente proletarização da sociedade, teria efeitos na alteração da família e que, a partir da igualdade diante da produção, se poderia chegar a igualdade entre os sexos