Felizmente há luar
Contextualização da obra:
A história desta peça passa-se na época da revolução francesa de 1789. Estas levaram Portugal à necessidade de optar (que se encontrava num regime absolutista e com uma má situação económica) entre os franceses e os aliados ingleses. Para eviter a rendição, D. João V foge para o Brasil. Depois da primeira invasão, a corte pede auxílio a Inglaterra para reorganizr o exército português. Estes enviam-nos o general Beresford.
Luís de Sttau Monteiro denuncia a opressão vivida na época, chamando a atenção para as injustiças, a repressão e as perseguições políticas no tempo do regime Salazarista (anos 60 séc. XX). Assim, o recurso à distância histórica e à descrição das injustiças praticadas no início do século XIX, permitiu-lhe, também, colocar em destaque as injustiças do seu tempo, o abuso de poder do Estado Novo e as ameaças da PIDE, entre outras.
Carácter épico:
Felizmente há luar! é um drama narrativo, de carácter social. Sttau Monteiro pretende representar o mundo e o Homem em constante evolução de acordo com as relações sociais. Estas características afastam-se da concepção do teatro aristotélico que pretendia despertar emoções, levando o público a identificar-se com o herói. Este tipo de drama tem como preocupação fundamental levar os espectadores a pensar, a reflectir sobre os acontecimentos passados e a tomar posição na sociedade em que se inserem. Porém, a forma épica está muito mais presente no primeiro acto do que no segundo, já que só este primeiro tende para uma forma épica e dialéctica do teatro. Esta forma de teatro desperta a actividade intelectual do espectador, obrigando-o a tomar decisões, dando-lhe por isso uma visão do mundo (razão).
Caractér dramático:
Contrariamente, o segundo acto afasta-se dessa atitude vanguardista e aproxima-se de uma tradição teatral mais dramática cujo expoente é Frei Luís de Sousa, pois trata-se de uma dramaturgia centrada em aspectos emotivos e sentimentais, em vez de