Felizmente há Luar
Introdução:
A obra “Felizmente Há Luar!” foi escrita por Luís de Sttau Monteiro, tendo sido publicada em 1961. O autor nasceu em Lisboa, a 3 de abril de 1926. Passou grande parte da sua juventude em Londres, onde estudou. Licenciou-se em Direito pela Universidade de Lisboa. Apesar de ter exercido advocacia, foi também dramaturgo, publicitário, romancista, jornalista e até corredor de automóveis.
É importante salientar que esta peça foi escrita durante um período de Censura/Salazarista, tendo sido apenas representada após o 25 de abril.
“Felizmente Há Luar!” trata-se de um texto dramático destinando-se assim à representação. Assume características particulares: é um texto essencialmente dialogado, onde monólogos e apartes podem coexistir; a linguagem utilizada revela marcas da oralidade e é adequada às diferentes personagens que a utilizam de acordo com o que representam e a situação que vivem; a descrição é substituída pelas indicações de texto secundárias – as didascálias.
É considerado um teatro épico, o tipo de texto que valoriza a narração e que recusa a ilusão. Para atingir esse objetivo, socorre-se do efeito de distanciação. O ator nunca deve abandonar a atitude de narrador e deve manter uma certa distância emocional em relação à personagem que encarna. A sua função é apenas a de apresentar os acontecimentos ao público, a quem cabe assumir uma atitude ativa na representação teatral. Esta arte dramática apela a uma atitude crítica por parte do espectador e à sua capacidade de avaliar o que é narrado.
Desenvolvimento:
Influência Brechtiana
Como já referimos anteriormente, esta obra é um teatro épico principalmente pela influência de Brecht.
Para este dramaturgo alemão, o teatro tem um papel decisivo no processo de transformação da sociedade. Ou seja, O espectador não deve identificar-se com o que lhe é apresentado, deve compreender que aquilo a que está a assistir não pode voltar a acontecer.