Federalismo
Porém, em geral, o federalismo foi a expressão de uma insatisfação real. Os presidentes de províncias, nomeados pelo poder central, atuavam normalmente como representantes dos interesses do governo do Rio de Janeiro ou do partido no poder e pouco se interessavam pelos problemas internos da província que deveriam administrar.
O mais grave era que a administração central estava emperrada e não acompanhou o processo de modernização que ganhara impulso no Brasil depois de 1850. Pior ainda: ameaçava paralisar o desenvolvimento de centros dinâmicos, como São Paulo.
Isso se devia à prática política adotada pelo imperador, que utilizava como critério para preencher os altos cargos administrativos um costume ditado pela tradição. Com isso, para os cargos diretivos, nomeava rotineiramente os indivíduos pertencentes às famílias de passado ilustre, perpetuando no poder os agrupamentos tradicionais.
Assim, os setores mais dinâmicos da elite econômica do país encontravam-se afastados dos centros de decisão. Comparativamente à sua importância econômica, os cafeicultores ocupavam no governo um espaço muito modesto e reduzido. Os grandes fazendeiros, entretanto, eram agraciados com títulos nobiliárquicos, em sinal de reconhecimento pelo Império. Essa iniciativa tinha apenas um caráter honorífico e pouco prático.
Da perspectiva, por exemplo, do empresariado cafeeiro de São Paulo - o mais dinâmico do Brasil -, o governo imperial era sentido inevitavelmente como inadequado para seus interesses. Segundo o economista Sérgio Silva, “durante a década de 1880 a produção [cafeeira] de São Paulo ultrapassa a produção do Rio de Janeiro, os planaltos de São Paulo praticamente substituem o vale do Paraíba”. No entanto, a representação de São Paulo tanto no Senado quanto na Câmara dos Deputados não