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proporciona uma visão da sociedade aberta e relativizada pela comparação, queremos examinar alguns aspectos da sociedade brasileira que o povo encara e certamente ama como uma divindade. Porque aqui, como tá, o Brasil está em toda parte. Nas leis e nas nobres artes da política e da economia, das quais temos que falar sempre num idioma oficial e dobrando a língua; mas também na comida que comemos, na roupa que vestimos, na casa onde moramos e na mulher que amamos e adoramos. Aqui, portanto, o Brasil está em toda parte: ou melhor, pode ser encontrado em toda parte. O erro foi procurá-lo onde ele não gostava de estar, ou simplesmente não podia nem devia estar. Como se uma sociedade pudesse ser definida como uma máquina: a partir de uma planta de engenharia dada de fora.
. Não se trata mais da visão exclusivamente oficial e bem-comportada dos manuais de história social que se vendem em todas as livrarias, e os professores discutem nas escolas. Mas de uma leitura do Brasil que deseja ser maiúsculo por inteiro: o BRASIL do povo e das suas coisas. BRASIL com maiúsculas, que sabe tão bem conjugar lei com grei, indivíduo com pessoa, evento com estrutura, comida farta com pobreza estrutural, hino sagrado com samba apócrifo e relativizador de todos os valores, carnaval com comício político, homem com mulher e até mesmo Deus com o Diabo.
Note-se que se trata de uma pergunta relacional que, tal como faz a própria sociedade brasileira, quer juntar