Favelas
As favelas hoje fazem parte da conhecida realidade dos grandes centros urbanos. Belo Horizonte, por exemplo, tem 226 favelas, vilas e conjuntos habitacionais, como registrou o Guia Cultural de Vilas e Favelas. Apesar de serem mais comuns nas grandes cidades, as favelas também estão nos municípios interioranos, inclusive nos centros históricos. Muitas vezes chamadas de “morro”, a maioria está localizada em barrancos e áreas de risco. Grande parte destas comunidades divide espaço com prédios e casas de luxo, deixando à mostra a desigualdade econômica e social da qual são fruto.
A origem do nome Favela
As favelas mais conhecidas do Brasil estão localizadas na cidade do Rio de Janeiro e surgiram por volta de 1900, no período da Guerra de Canudos. A cidadela de Canudos foi construída próxima a alguns morros, entre eles o Morro da Favela, que recebeu este nome devido à vegetação predominante no local, que era a Favela, uma planta típica da caatinga, extremamente resistente a seca. Os soldados ao retornarem ao Rio de Janeiro, deixaram de receber seu soldo e instalaram-se provisoriamente em alguns morros da cidade, juntamente a outros desabrigados. A partir deste episódio, os morros recém-habitados ficaram conhecidos como favelas, em referência à “favela original”.
A preocupação do poder público com a nova forma de moradia instalada informalmente no Rio de Janeiro só aconteceu em 1927, através do Plano Agache, um plano urbanístico que previa, simplesmente, o “embelezamento” do local e não a integração social e a qualidade de vida dos moradores. Em 1948 foi realizado o primeiro Censo nas favelas cariocas e neste contexto a Prefeitura do Rio de Janeiro, afirma, surpreendentemente, num documento oficial, precedente às estatísticas, que: “Os pretos e pardos prevaleciam nas favelas por serem hereditariamente atrasados, desprovidos de ambição e mal ajustados às exigências sociais modernas”. Esta afirmação recuperada no livro Um