FATORES DA COAGULA O
Durante muito tempo, estivemos acostumados a pensar nas chamadas Vias Extrínseca e Via Intrínseca. Cada uma delas com um determinado grupo de “fatores” da coagulação. Não há dúvida de que estes fatores representam bem o nosso sistema. Apenas atualmente, talvez mais precisamente pelos trabalhos publicados de Chapel Hill, na Carolina do Norte, a noção sobre os fatores de coagulação foi um pouco modificada. O modelo “in vitro”, desenvolvido pelo Dr. Harold Roberts, veio definir que na verdade as vias Intrínseca e Extrínseca poderiam ser “estimuladas de forma conjunta” e que não haveria uma separação tão nítida entre uma e outra. Neste modelo, verificou-se que o F. VII, que teoricamente iniciava a via extrínseca, era, na verdade, o ativador do F. IX e X. Por outro lado a participação do Fibroblasto ou mesmo dos Monócitos são, na nova visão, a base celular para a ativação da cascata de coagulação. O chamado Fator Tissular, que nada mais seria que o próprio endotélio, é hoje, junto com as células, a base fisiopatológica para a ativação. Estes achados vêm demonstrar que a organização e a formação da placa na parede arterial sem dúvida se devem a uma grande participação celular. O fenômeno agudo nada mais é do que um processo que se forma lentamente e que a um dado momento é desencadeado. Por isto mesmo, a evidência de crianças de pouca idade e com formações de placas arteriais tem sentido do ponto de vista anatomopatológico. Algumas explicações ainda estão faltando para que possamos entender todos os caminhos que levam à formação da trombina e finalmente da fibrina. Trabalhos experimentais em animais com deficiência de F. VII mostram que há formação de trombina. É possível então que haja caminhos alternativos, já que neste mesmo modelo experimental o fator Tissular é o ponto de partida para a estimulação do F. VII.
0 entendimento da fisiologia da formação do coágulo parece ser simples. Não devemos esquecer da participação dos três sistemas