Fatalismo e Messianismo
Prática social: a ultrapassagem do fatalismo e do messianismo na prática profissional*
A compreensão da prática social predominante oscila entre o fatalismo e messianismo. Tais interpretações encontram-se estreitamente articuladas, expressando o reconhecimento da existência de conflitos e tensões sociais e impossibilidade de enfrenta-los com os próprios meios oferecidos pelo desenvolvimento histórico.
A superação do fatalismo e do messianismo na analise da pratica social – com suas derivações no exercício profissional - implica o desvendamento da própria sociedade que gesta essas concepções e sua critica teórica radical, historicamente constituída.
Essas são condições para se apreender a pratica profissional como parte e expressão da pratica social, determinada pela divisão social do trabalho.
1. O Serviço Social e a concepção vulgar da prática social
O serviço social surge no Brasil a partir dos anos 1930 sob influência católica Europeia, e está ligado a mudanças que se estabeleceram no decorrer dos séculos, relacionado a movimentos de fatos sociais, culturais e econômicos.
O serviço social é parte de uma estratégia mais ampla do bloco dominante, no sentido de criar um tipo de socialização do operário adequada às condições da nova vida industrial. O significado social da profissão na divisão social e técnica do trabalho é assim essencialmente politico, travestido, de uma aparência de atividades dispersas, descontinuas, de caráter filantrópico. Tal aparência formal, é fortalecida pelo discurso de tônus humanista-cristão que o serviço social incorpora em sua gênese histórica e que, mais tarde, se seculariza e moderniza nos quadros do pensamento conservador europeu e das ciências humanas sociais, sobretudo em sua vertente empirista norte-americana.
Essa trajetória vai derivar em um arsenal de mitos hoje presentes na compreensão da pratica social, Como componentes dessa “mitologia”, poderíamos arrolar os seguintes