Farmacocinética da rifampicina em pacientes com tuberculose e aids
2012
INTRODUÇÃO
Apesar de ser uma doença conhecida há mais de dois mil anos, a tuberculose ainda é um grande flagelo para a humanidade. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que um terço da população mundial esteja infectada pelo bacilo de Koch e que anualmente, ocorram cerca de 8 milhões de casos novos e 3 milhões de óbitos por tuberculose. A estimativa da OMS para o ano 2.000 é de 10.200.000 novos casos (1) . No Brasil, o número de casos de tuberculose pulmonar cresceu 6,7% de 1991 a 1995, sendo que a região Sudeste possui 47,6% (43.206) dos casos notificados naquele ano. No Estado do Rio de Janeiro a incidência anual de tuberculose aumentou de 80/100.000 habitantes em 1987 para 126,8/100.000 em 1995 (2) . Inúmeras evidências sugerem que a coexistência de infecção pelo HIV e M. tuberculosis seja um dos responsáveis pelo aumento da incidência de TB em várias partes do Mundo, principalmente das formas extra-pulmonares e pulmonar baciloscopia negativa no escarro (3) . Estima-se que pacientes HIV+ infectados pelo Mycobacterium tuberculosis (PPD > 5mm) tenham um risco anual de 8 a 10% de desenvolver tuberculose, o que significa um risco muito maior que o da população geral HIV - (10% durante toda vida). Aproximadamente 40% dos indivíduos com AIDS no Brasil desenvolvem tuberculose (4) . Apesar da devastadora predominância da tuberculose no século XIX onde 1 em cada 3 óbitos na Europa era causado diretamente por esta doença, a era do quimiotratamento da tuberculose iniciou-se apenas em 1946 com a estreptomicina (SM). Embora pouco efetiva, houve melhoras sintomáticas dramáticas, principalmente em casos disseminados e graves. De 1946 a 1952, foi estabelecido que a utilização de pelo menos 2 drogas, SM e PAS (ácido para-amino-salicílico) apresentava melhor eficácia pois diminuía a resistência às drogas. Em 1952, uma droga muito eficaz, a