Fantasia
A importância que Melanie Klein da sobre a importância da fantasia inconsciente dinâmica na vida mental da criança fez com que ela reformulasse o conceito de fantasia inconsciente. Alguns psicólogos costumavam fazer relevâncias de como Freud descrevia a mente, como por exemplo, descrever conceitos de superego como se fosse uma fantasia, mas deixa bem explicado que essa parte da personalidade é devida a uma introjeção, em fantasia, de uma figura dos pais fantasiada e deformada pelas próprias projeções da criança. Melanie Klein descreve fantasias inconscientes que as pessoas têm sobre o conteúdo de si mesma. As fantasias inconscientes são, em todos os indivíduos, muito rápidas e sempre ativas, ou seja, sua presença não é mais indicativa de doença ou falta de sentido de realidade do que a presença do Complexo de Édipo. O que vai determinar o caráter da psicologia do indivíduo é a natureza dessas fantasias inconscientes e o modo como elas estão relacionadas com a realidade externa. Susan Isaacs desenvolve a opinião de Melanie Klein sobre a relação entre fantasia inconsciente, instintos e mecanismos mentais. Assim, afirma que a fantasia pode ser considerada como o representante psíquico ou a relação mental, a expressão mental dos instintos.
Os instintos agem a partir do nascimento, pode-se presumir que alguma vida de fantasia exista a partir do nascimento. A primeira fome e o esforço instintual para satisfazer essa fome são acompanhados pela fantasia de um objeto capaz de satisfazê-la. Como as fantasias derivam diretamente de instintos na fronteira entre o somático e a atividade psiquica, essas fantasias originais são experimentadas tanto como somáticas quano fenômenos mentais. Contanto que o principio de prazer-sofrimento esteja em ascendência, as fantasias são onipotentes e não existe diferenciação entre fantasia e experiência da realidade. Os objetos fantasiados e a satisfação deles derivada são experimentados como acontecimentos