Família e políticas públicas
A família é reconhecida como um dos mais antigos provedores de cuidados (bem-estar) e, assim, tem sido valorizada mundialmente no âmbito da sua importância no contexto da vida social.
O Brasil inseriu-se economicamente numa ordem globalizada. Nesta perspectiva, o Estado vai combinar os mais diversos fatores, como novas tecnologias, desregulamentação, liberalização dos mercados, privatização de empresas estatais, integração das esferas nacionais, supressão de direitos trabalhistas e previdenciários. Com o avanço tecnológico houve automatização dos trabalhos menos qualificados, a maioria dos empregos da manufatura passou para o setor de serviços e consequentemente o nível e a ocupação de empregos passaram a ser mais vinculado as atividades terciárias. Disto resultaram um crescente desemprego e precariedade das relações e condições de trabalho. Soma-se a este quadro a questão do processo de concentração de renda, sentido na diminuição do poder de compra dos trabalhadores pobres em relação aos que tiveram aumento expressivo de renda real. Tal fato resultou no crescimento da desigualdade de renda. O quadro é de empobrecimento, cada vez maior, dos trabalhadores e de suas famílias.
Os efeitos da crise econômica e das políticas de ajustes econômicos iniciados na década de 90, no Brasil, não tornaram, na prática, possíveis as reformas institucionais mais amplas nos sistemas de proteção social. Entretanto, ocorre a convivência de modalidades de proteção social que combinam velhos padrões e novos elementos de gestão pública de programas sociais, sendo priorizados os programas focalizados, os fundos sociais de emergência e os programas compensatórios direcionados ao atendimento dos grupos pobres e vulneráveis.
O processo de modernização e os novos padrões familiares trazem novos desafios. O modelo de família assumido como universal (um casal heterossexual, legalmente casado, com dois