falanges poemas diagonais
FALANGES
Poemas Diagonais
2012
SOBRE AS FALANGES (TEXTO-DIAGONAL)
Estou aqui: Inteiro. Integral. Talqual uma rocha donde mina uma fonte d’água. Aqui estou: Sem arrodeios. Com as mangas arregaçadas. Bebida DIRETA. Sem combinações light ou diet. Sem intermediários. Sorvendo o manancial do encanto. Que queriam de mim? A brandura dos que batem no próprio peito, dizendo mea culpa mea máxima culpa? Uma Madalena arrependida, expiando autocríticas? O prosseguimento moto-contínuo do mesmo périplo. O meu curso é um enviés torto.
Oblíquo. A – Través. O meu fluxo é MEÂNDRICO.
ELES QUEREM QUE EU
ME CALE SOBRE TUDO,
MAS EU NÃO ME CALO
SOBRE NADA!
...
SOU SERPENTE CUJA
ESTÓRIA SE INICIOU.
MEU CORAÇÃO É UMA
BOMBA SEM TRAVA!
Uns & Outros
Saiam dos armários!
Abram as janelas!
Abram as portas!
Já hibernamos por muito tempo
As árvores ainda estão caindo
Levante avante xavante!
Um homem incendeia a casa para assar um porco
Nada de cantar Hare Krishina enquanto Roma pega fogo
A cidade está em chamas Maiakovski queima o combustível-fóssil da vida
À noite & o Cavalo se aproximam enquanto as nuvens definitivamente chegam
Não é hora de se esconder
Tire essa apatia da cara, cara pálida,
Vamos incorporar os campos espaços os astros & a insubordinação total
Vamos admitir a carne do Bispo Sardinha no romper do litoral
Chegou a hora de arder arder arder & gozar
De desmantelar todos os parafusos da civilização industrial
De espalhar nossas cinzas sobre a quarta-feira de cinzas do carnaval
Abaixo os utopistas de apartamento
Os antipropagandistas de guarda-roupas
Vocês aí poetas de groucho-marxistas que não sabem o poder do coito anal
Camaradas de classe machista coçando o saco o dia todo
Discutindo o proletariado da classe operária sem remoções dimanadas
Vocês aí anarquistas católicos da poesia
Professores de poesia cabeludos & tediosos
Vocês aí resenhistas de poesia bebendo o sangue do poeta
Vocês aí da Polícia