Fagundes Varela
Luís Nicolau Fagundes Varela nasceu em Rio Claro (RJ) em 18 de agosto de 1841. Era filho de um casal bem estabelecido, o pai era juiz da vila S. João Marcos, hoje pertencente ao distrito de onde nasceu o autor. Após alguns anos, morou em Catalão, pois seu pai fora transferido àquela cidade, em 1851. Foi nesta época que Fagundes Varela conheceu o autor Bernardo Guimarães, o qual era juiz deste município do interior de Goiás.
Após esse fato, retornou à terra natal, onde morou em Angra dos Reis e Petrópolis, a fim de terminar os estudos primário e secundário.
Em 1859, mudou-se para São Paulo, onde concluiu os preparatórios e, alguns anos mais tarde, em 1861, publicou seu primeiro livro de poesias, intitulado Noturnas. Um ano mais tarde, concluiu seus estudos e tentou a carreira de advogado, contudo, nunca finalizou a faculdade. Casou-se com a artista circense Alice Guilhermina Luande, com quem teve um filho, chamado Emiliano.
Começa então, uma etapa da vida do autor muito tumultuada, pois perde o filho prematuramente, aos três meses, e logo após, a mulher e alguns amigos próximos, como Castro Alves, o poeta abolicionista. A morte precoce do primogênito gerou a poesia “Cântico do Calvário”. Fagundes Varela é chamado de alcoólatra e de solitário e é visto como alguém “sem direção” que passou por muito sofrimento.
Mas, diante desses fatos, podemos entender de sua obra dois momentos distintos: o primeiro, voltado a temas como a morte, a abolição da escravatura e o patriotismo; o segundo, pela influência religiosa. Esta última fase foi quando o poeta perdeu pessoas queridas e encontrou refúgio e redenção para sua angústia na religião.
Após o falecimento da esposa, em 1866, o poeta tenta continuar a faculdade de Direito, mas desiste. Casa-se com Maria Belisária, com quem tem duas filhas. A boemia ainda sonda a vida de Fagundes Varela e em menos de 10 anos após seu segundo casamento, falece de apoplexia, com apenas 34 anos, em 17 de fevereiro de 1875.