Fagundes Varela
Características:
Sua poesia marca a transição entre a geração ultrarromântica de Álvares de Azevedo e a geração condoreira de Castro Alves, passando por vários temas comuns do Romantismo vigente. A ingenuidade, e a paixão incontida, que o aproxima da poesia de Casimiro de Abreu, está sempre presente nos seus versos dedicados ao amor, à musa idealizada e perfeita. A sua religiosidade também é sempre forte e visível. Seus versos melosos, muitas vezes superficiais e de linguagem simples, convivem com obras-primas do mais puro e sincero sentimento humano, como é o caso de "O Cântico do Calvário", dedicado ao filho que perdeu.
Fagundes Varela foi um dos mais fervorosos poetas a cantar a natureza e suas belezas, que servem de alívio à sua debilitada vida errante. A exaltação à pátria também é marcante, onde o poeta canta as grandezas da nação e seu povo, bem como a figura ilustre de D. Pedro II. Essa exaltação muitas vezes entra em conflito com o inconformismo e a inadequação à sociedade, o que o leva a escrever sobre os problemas sociais, aproximando-o da poesia condoreira da terceira e última geração romântica.
Principais Obras:
Noturnas (1861);
Cântico do Calvário (1863);
O Estandarte Auriverde (1863);
Vozes da América (1864);
Cantos e Fantasias (1865);
Cantos Meridionais (1869);
Cantos do Ermo e da Cidade (1869);
Anchieta ou Evangelho na Selva (1875);
Cantos religiosos (1878);
Diário de Lázaro (1880);
A Flor do Maracujá;
Névoas;
Névoas
Nas horas tardias que a noite desmaia
Que rolam na praia mil vagas azuis,
E a lua cercada de pálida chama
Nos mares derrama seu pranto de luz,
Eu vi entre os