Facudade
• Em toda nossa discussão está implícito que existe alguma coisa que pertence à realidade e alguma coisa que se constitui como um discurso sobre esta realidade. A idéia de Verdade aparece, então, como a correspondência existente entre este discurso e a realidade. (p. 04)
• Esta concepção da verdade tem muitas conseqüências epistemológicas. A primeira delas é que a verdade - quando encontrada - será definitiva, pois a essência é permanente. Assim, verdade e essência coincidem, emprestando teoria uma característica ontológica que por si só já oferece uma tendência à imunização. (p. 05)
• A discussão da verdade como correspondência entre fatos e teorias. (...) esta relação e mostramos a vulnerabilidade da idéia de "fato", mesmo daqueles considerados básicos. Se a verdade é a correspondência com os fatos, então, uma vez encontrada uma teoria que lhes corresponda, teremos o seu estabelecimento. (p. 05)
• A história da ciência tem mostrado que não existe uma coisa-(teoria, proposição ou fato) que possa seriamente ser designada como verdadeira. Existem teorias, proposições e fatos que hoje são verdadeiros, ou o são relativamente a uma certa perspectiva, a um certo contexto. (p. 05)
• Poderíamos caracterizar a tese da verdade como correspondência como a Tese dos Dois Mundos: o mundo dos fatos e o mundo das idéias sobre os fatos, das proposições e teorias. 13 Segundo esta concepção, o inundo das proposições e teorias “fala-sobre o mundo dos fatos e tenta representá-lo o mais fielmente possível”. (p. 05)
• Esta conclusão pode parecer um pouco pessimista ou até mesmo decepcionante. Mas, no entanto, sua aceitação nos parece uma condição fundamental de aceitação do progresso científico. (p. 06)