fabrica fagus adolf loos
Entrevistas, voz off descritiva, voz off poética, música indutiva, enquadramentos objetivos, enquadramentos expressivos. Durante seus 50 minutos de duração passeamos pelas diversas nuances do universo da arquitetura: dos grandes nomes do modernismo aos problemas de mercado para os jovens profissionais.
O que falta ao filme, porém, parece ser uma motivação. A narrativa não estabelece um sentido e não consegue se justificar. São apinhados de curiosas questões em torno da Arquitetura mas que pecam pela falta de um recorte mais expressivo.
Passamos por cidades como São Paulo, Rio de Janeiro, Recife, e vemos divertidas entrevistas com moradores comuns e profissionais. Falta ao filme um "E daí?". Falta ao filme um sentido autoral que faça das imagens algo além de um mosaico de variações sobre o mesmo tema.
Por que se fez esse filme?...
Nesse mesmo quesito, as cenas de Brasília se destacam positivamente:
Montadas sobre uma trilha sonora de suspense e caos, conseguem criar uma atmosfera sombria e crítica sobre aquele espaço. Como ecos da ditadura militar, criando um clima de mistério e duvida em torno dos palácios, da catedral, dos eixos projetados. O trecho que disserta sobre o papel da arquitetura na expressão de poder, é o retrato de um cineasta se debatendo dentro de um formato documental pouco confortável, num tema "oficialesco" pouco íntimo.