Explosões de raios gama
As Explosões de Raios Gama (GRB Gamma Ray Burst em inglês) são os fenómenos mais luminosos que se conhecem no universo. Consistem em potentes flashes de raios gama que duram entre uns poucos segundos até várias horas. Estes flashes ocorrem aparentemente de forma aleatória no céu sem seguir uma distribuição concreta. Foram descobertos inicialmente pelos satélites encarregados de detectar explosões nucleares atmosféricas ou no espaço. Apesar da surpresa inicial, de seguida foi constatado que provinham de fora do sistema solar. Há que ter em conta que não haviam sido descobertos a partir da superfície da Terra porque a atmosfera absorve de maneira eficaz a radiação gama.
De seguida foi construído o Compton gamma ray observatory, no ano de 1991, com a finalidade de estudar estas manifestações a fundo. Este satélite levava um instrumento chamado BATSE (Burst and Transient Source Experiment), o qual detectava vários flashes por dia. Calculou-se que sua distribuição no espaço era isotrópica. Isto revelou que eram fenómenos extragalácticos, já que se ocorressem na Via Láctea, a sua distribuição não poderia ser uniforme porque o Sol está muito afastado do centro da galáxia.
Dada a sua intensidade e seu distanciamento, deduziu-se que deviam ser fenómenos muito potentes. Ao mesmo tempo, detectou-se que havia um mínimo de potência nos GRBs que correspondia a galáxias mais afastadas. Não os havia mais fracos porque tão longe no espaço, a esse tempo já não haveria galáxias. Os flashes que se detectavam eram de curta e larga duração: desde apenas umas fracções de segundo até dezenas de segundos ou mais. Mas durante muito tempo foi impossível caçar essas emissões com os telescópios ópticos convencionais, para observar sua possível correspondência no visível, quer devido à sua brevidade quer pela pobre resolução angular que tinham os detectores gama. Esta dificultade tecnológica impedia observar o espectro.
Para obviar esta dificuldade, foi lançado