expansionismo maritimo
O expansionismo marítimo-comercial europeu, dos séculos XV/XVI, deve ser entendido como um elemento fundamental no processo de transição do Feudalismo ao Capitalismo. O expansionismo foi um dos fatores que possibilitaram aos europeus superar a crise econômica do século XIV.
As razões do expansionismo encontram-se, portanto, nas condições determinadas por aquela crise: falta de metais preciosos para a cunhagem de moedas, diminuição da população devido à fome e à Peste Negra, falta de terras para o cultivo na Europa. Tornava-se necessária, assim, a incorporação ao domínio europeu de novas áreas de metais, além da ampliação das rotas comerciais.
A formação dos Estados Nacionais é outro fator básico para se compreender o processo expansionista. Apenas um Estado centralizado teria condições de gerar recursos financeiros e humanos necessários a uma empresa de tal porte. A expansão européia dependeu, também, de grandes modificações técnico-navais exemplificadas pela invenção da caravela, aperfeiçoamento da bússola, do astrolábio( instrumento astrônomico para medir as alturas dum astro acima do horizonte ), do quadrante e dos portulanos ( cartas geográficas marítimas ).
Portugal foi a nação pioneira no expansionismo. Os fatores mais significativos para explicar esse pioneirismo são:
a) a formação do Estado Nacional Português, no século XII, consolidando-se em 1383/85 com a Revolução de Avis, quando a burguesia lusa conseguiu elevar ao trono D.João de Avis ( rica família de armadores ). Identificados com os interesses da burguesia, os reis da dinastia de Avis impulsionarão a expansão;
b) a existência de uma poderosa e ambiciosa classe burguesa, que se desenvolveu em Portugal em razão da participação ativa nas transações comerciais que envolviam o comércio de especiarias. Portugal estava a meio caminho entre o comércio mediterrâneo e o que se desenvolvia nos mares Báltico e do Norte;
c) o progresso náutico devido à