expansao

O presente artigo pretende abordar o paradoxo existente na relação cidadania-classes populares e cidadania-mulheres, procurando suscitar algumas reflexões sobre as implicações político-ideológicas que os vários usos da noção de cidadania trazem para as lutas sociais. A noção de cidadania tem adquirido os mais variados sentidos e intenções nas análises dos cientistas sociais. Os termos “cidadão” e
“cidadania”, utilizados hoje no Brasil, mais se parecem com uma “cacofonia semântica1”. Apresentam-se como demanda por cidadania reivindicações como “o estabelecimento de uma rede de esgoto, o pagamento de férias remuneradas para as domésticas, o aumento do número de vagas nas universidades” (Lautier, 1995: 24).
São tantos os sentidos e intenções atribuídos a ela que um questionamento acerca de sua eficácia explicativa se faz necessário. Por que esta noção tem adquirido tamanha importância, principalmente, nas análises sobre os movimentos sociais? Qual a razão para que, ao invés da sua dimensão de luta social, apareça como intrínseca aos movimentos a demanda por cidadania? Será que sua presença nas análises corresponde, de fato, à
“experiência” dos movimentos? Estaríamos novamente diante da necessidade de homogeneizar para poder explicar (Sader & Paoli, 1

A consolidação da democracia no Brasil consiste em um dos principais eixos da estratégia de longo prazo estabelecida pelo Governo para promover o desenvolvimento sustentável do País, de forma mais igualitária e democrática, nos planos nacional e internacional. Tem por objetivos o fortalecimento da cidadania, a garantia dos direitos humanos, a valorização da diversidade das expressões culturais brasileiras, a transparência do setor público com controle da sociedade, o planejamento participativo e a gestão pública orientada para o cidadão, a segurança pública e a defesa da integridade e da soberania nacionais.
GARANTIA DOS DIREITOS HUMANOS
No campo dos direitos