Exigencia de uma nova etica

A exigência de uma nova ética É aqui que entronca a questão da ética. Como nunca antes na história do pensamento, a palavra “Ethos” em seu sentido originário ganha atualidade. “Ethos” em grego significa a morada humana, aquele espaço da natureza que reservamos, organizamos e cuidamos para fazê-lo nosso habitat. A partir dele nos enraizamos, estabelecemos nossas relações e elaboramos o sentimento tão decisivo para a felicidade humana que é o de “sentir-se em casa”. Essa ética não pode ser imposta de cima para baixo. Ela deve nascer da essência do humano. Deve poder ser compreendida por todos. E praticada por todos sem a necessidade de mediações explicativas complexas que mais confundem do que convencem. Ela supõe uma nova ótica que dê as boas razões para a nova ética e seus valores. A situação é tão urgente que obriga a “humanidade a escolher o seu futuro. A nossa escolha é: ou formar uma aliança global para cuidar da Terra e uns dos outros, ou arriscar a nossa destruição e a devastação da diversidade da vida”. Posta esta plataforma, continua a “Carta da Terra”, “necessitamos com urgência de uma visão compartilhada de valores básicos para proporcionar um fundamento ético à comunidade mundial emergente”. Esta ética deve nascer de uma nova ótica. Caso contrário não inaugura o novo paradigma e representaria apenas uma melhoria do antigo modo de viver. Uma ética da sustentabilidade se constrói a partir de quatro princípios fundamentais e se realiza na vivência de quatro virtudes imprescindíveis. O primeiro Princípio é o da afetividade. Esse é o mais fundamental de todos, pois tem a ver com a estrutura de base do ser humano. É daqui que nascem os valores. É aqui que se encontra o mundo das excelências, daquilo que achamos bom ou mau, que nos agrada ou desagrada, que nos fascina ou nos causa repulsa. O segundo Princípio é o cuidado/compaixão. Há uma tradição filosófica que remonta aos tempos de Cesar Augusto e de seu bibliotecário Higinus em sua famosa “Fábula do Cuidado”