exegese
O texto do Evangelho de Mateus nos relata a história, a luta, a insistência de uma mulher, que nem nome recebe, pela transformação da realidade em que se encontra. Jesus está caminhando com seus discípulos numa região fora de Israel, onde vivia um outro povo, de uma outra cultura. De repente, vem uma mulher gritando em sua direção. Essa mulher era cananeia.
E o drama aqui é que era uma mulher! A mulher, segundo a opinião judaica, estava reduzida a nada, pois os rabinos chegavam a debater se elas tinham mesmo alma. Se um escravo ou um menino podia ler a lei nas sinagogas, isso não era permitido nem a uma judia adulta. Ela chama, implora por ajuda para sua filha que está doente. Jesus a ignora. Mas ela não desiste. A mulher sem nome continua gritando. A reação dos discípulos é afastá-la. A insistência desta mulher deixa Jesus sem alternativa. Não há mais como ignorá-la. Jesus tem de ouvi-la. Mas mesmo assim Jesus age de forma inesperada, áspera. Mas ela não desiste! Ela luta por um espaço na caminhada de Jesus, o reconhece como Messias – ao se dirigir a Ele como Filho de Davi – e não se importa com os conceitos e dogmas preestabelecidos. Se essa mulher vivesse em Betânia ou Jerusalém, um pedido desses já teria demonstrado uma grande fé. Mas quando o texto diz que ela era cananeia (dos lados de Tiro e Sidom), não era judia, tal oração deixou a todos surpresos. ÊNFASES
V. 21: Tiro e Sidom. A cidade de Tiro alcançou grande poder e esplendor. Cerca de 150 anos depois da edificação do templo de Salomão, estabeleceu a grande colônia de Cartago – assenhoreou-se da ilha de Chipre, que continha preciosas minas de cobre – e exerceu domínio sobre Sidom.
V. 22: Uma Mulher cananeia. O termo vem de cananeus, que inclui diversos povos distintos, como: os amorreus, os heteus, os girgaseus, os cananeus, os perizeus, os heveus e os jebuseus. No sentido mais apropriado, esse nome é aplicado a uma só tribo, àquela que habitava à