EXCLUSÃO SOCIAL E POBREZA NO BRASIL
Em grande parte, o incremento populacional nas cidades médias deve-se, em grande parte, ao crescimento de centros intermediários pertencentes às Regiões Metropolitanas. Assim o anúncio de um ritmo mais elevado de crescimento do conjunto de cidades médias, muitas vezes por incluir as metropolitanas, não deve ser diretamente associado ao processo de desconcentração populacional.Em que pese esta afirmação, as cidades de porte médio apresentam-se em todas as Regiões do Brasil, indicando a desconcentração, depois da década dos anos 80, mesmo em Regiões onde era caracteristicamente de predominância de população rural. Concomitante ao crescimento das cidades médias, no período de 1995/1997, exatamente um ano antes e outro depois, da implantação do Plano Real, observa-se que a exclusão social, no tange a proporção de pobres se estabilizava, nesses anos, em um patamar muito próximo, "apesar de os efeitos da redução da pobreza terem se difundido amplamente, não se verifica atualmente uma alteração significativa da sua repartição entre as áreas metropolitanas, urbana e rural em relação a 1993. A participação das metrópoles no número de pobres no Brasil, que se reduziu de início, voltou a aumentar, enquanto a participação das áreas urbanas não-metropolitanas apresentou movimento oposto. A participação dos pobres rurais aumentou apenas levemente, parecendo ter esgotado a tendência de forte redução que caracterizou o início da década" [14]. Martine (1994), para definir esse processo de urbanização, propõe o termo contrametropolização [15], cuja primeira conseqüência é que "há uma urbanização do mundo, pois no contexto de um espaço-tempo transformado pelas tecnologias de ação a distância, surge a cidade-mundo, e nesse tempo não é partilhado pelos diferentes grupos de pessoas. Assim como há uma geografia social, poderíamos falar também de uma cronologia social,ou, como denominamos, assincronias urbanas"[16]. A exclusão social, obviamente,