Evolução
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2.1. ARCHAEOCYATHA
CARACTERÍSTICAS GERAIS E MORFOLOGIA
Os Archaeocyatha (do grego αρχαίος, antigo e κυαθος, taça) constituem um filo de organismos extintos, solitários ou coloniais, com esqueleto interno de natureza calcária, cujos fósseis são encontrados, predominantemente, em fácies carbonatadas do Câmbrico inferior e cuja existência se prolonga apenas até ao Câmbrico médio. Os primeiros fósseis de arqueociatos foram encontrados nas margens de Forteau Bay, no sul do Labrador, pelo hidrógrafo canadiano Bayfield que, em 1845, os atribuiu ao género de corais Cyathophyllum (HILL, 1972, DEBRENNE, 1994). A segunda referência a estes fósseis data de 1850, ano em que novos vestígios de arqueociatos são encontrados, desta feita pelo geólogo e estratígrafo russo Meglitzky, nas margens do rio Lena, na Sibéria. Meglitzky, curiosamente, tomou-os por vestígios de Calamites cannaeformis, uma
planta do Carbónico, atribuindo, consequentemente, as rochas encaixantes àquele sistema (VOLOGDIN, 1962). Só mais tarde, em 1861, Billings os reconhece como fósseis de um grupo até então desconhecido e os baptiza com o nome de Archeocyathus posteriormente emendado para Archaeocyathus por Daxson, em 1865 (DEBRENNE, 1994). Século e meio depois a afinidade biológica destes organismos é não é isenta de controvérsia, contudo, a sua forma e tipo de organização aproximam-nos das esponjas, ainda que talvez apenas superficialmente. Actualmente, a opinião mais consensual é a de que os Archaeocyatha constituem um filo de organismos multicelulares com origem independente a partir dos protozoários, apresentando um grau de diferenciação celular superior ao dos Protozoa mas aquém do dos espongiários (ZHURAVLEVA, 1960, fide HILL, 1972). São, portanto, considerados parazoários, à semelhança dos Porifera. Alguns autores vão, mesmo, mais longe e sustentam que estes organismos eram verdadeiras esponjas calcárias, constituindo uma classe independente no seio do filo Porifera