evolução
Ramón Guitián
Título:
Evolução dos conceitos de polímero e de polimerização
Reproduzido (com autorização) de artigos publicados pelo autor:
Plástico Moderno, São Paulo, n° 246, agosto, p. 38-42 (1994), e n° 247, setembro, p. 28-32 (1994)
Química e Derivados, São Paulo, n° 321, outubro, p. 32-40 (1994)
RAMÓN GUITIÁN
EVOLUÇÃO DOS CONCEITOS DE POLÍMERO E DE POLIMERIZAÇÃO
1. POLÍMEROS DE BERZELIUS
Antes de 1823, quando os químicos analisavam um composto químico novo, inorgânico ou orgânico, encontravam sempre uma composição centesimal diferente de todas as correspon- dentes aos compostos até então conhecidos.
Sendo diferente a composição centesimal, teria que haver alguma diferença entre os tipos de átomos que o formavam, as suas proporções em peso, ou ambas coisas.
Isto, que sempre tinha ocorrido, conduziu os químicos a uma conclusão, aparentemente, óbvia: "A um composto químico diferente corresponde uma composição centesimal diferente, e vice-versa". Ou, em outras palavras: "Um composto químico está suficientemente definido conhecendo sua composição centesimal".
Mas em 1823, Liebig determinou a composição do fulminato de prata, encontrando para ele a fórmula CNOAg. Esta fórmula era, exatamente, a que pouco antes Wöhler tinha achado para o cianato de prata, por ele preparado.
Pensaram, inicialmente, na possibilidade de um erro analítico, mas a repetição das análises confirmou a coincidência.
Estava-se, pela primeira vez, ante o inesperado caso de dois compostos químicos diferentes, com propriedades físicas e químicas diferentes, terem a mesma composição centesimal e, portanto, a mesma fórmula mínima, e, também, a mesma fórmula molecular (1).
(1)
É útil lembrar os significados das expressões seguintes, usando o ácido fumárico como exemplo.
Fórmula centesimal
= Composição centesimal
C 41,39%, H 3,47%, O 55,14%
Fórmula mínima
= Fórmula empírica
C1H1O1