Evolução da Dívida Pública
A dívida pública brasileira sempre passou por transformações consideráveis, tanto no que diz respeito à dívida interna quanto a externa. Esse texto tratará apenas sobre a dívida interna, tendo em vista a expansão do assunto.
No Brasil, até 1964, as emissões tinham como objetivo o financiamento de projetos específicos. A partir daquele ano, o governo empreendeu uma série de reformas que vieram a alterar profundamente o mercado de capitais no Brasil e que buscavam assegurar os objetivos antes mencionados. Tais mudanças apresentaram, de fato, impactos significativos sobre a dívida pública, na medida em que, pela primeira vez, se buscou montar um mercado de títulos públicos de forma estruturada. O ano de 2008 deve ter destaque, pois a dívida interna foi afetada pelo agravamento da crise no mercado internacional, por isso a política de administração de dívida adotou postura mais conservadora em termos de composição da dívida. Dessa forma, observou-se, ao final do ano de 2008, redução na participação dos títulos prefixados e aumento na participação dos títulos indexados à taxa Selic. É importante ressaltar que, na origem das medidas que buscavam o desenvolvimento do mercado de capitais no Brasil, havia objetivos duplos no que se refere às políticas voltadas para a administração da dívida pública. As medidas tomadas tinham como meta básica a constituição de um mercado eficiente de títulos públicos para propiciar tanto a demanda para o financiamento dos déficits públicos quanto a viabilização das operações de política monetária.
Infere-se que desde 1964 até os dias atuais, o país tem sido marcado por profundas transformações na estrutura da dívida pública, isso ocorre não somente por causa das decisões de governo, mas também por forte influência dos ambientes macroeconômicos de cada período.