eutanasia
Durante o filme, a discussão que percorre os sentidos morais, religiosos e sociais adentra numa tentativa presunçosa de atentar o espectador a iniciar também uma (auto)avaliação sobre os pensamentos acerca do assunto, e independente do que for julgado diga-se de passagem que essa pre-conceituação sobre o tema é bastante conflitante ao se contemplar " as duas faces de uma mesma moeda".
De um lado, um homem que anteriormente fora viril, ativo e saudável e se encontra depois de um acidente paralisado do pescoço para baixo. Do outro lado uma família que dedica com amor (?) boa parte de sua rotina aos cuidados desse mesmo homem que clama por uma morte que não chega. Assim você pode se colocar dos dois lados de uma mesma história e pesar a preponderante ideia de almejar um equilíbrio muito distante das duas partes.
Durante o filme, é possível acompanhar os flashes que retrocedem na ordem cronológica dos fatos para mostrar a vida do adoentado antes da fatalidade que ceifou o sentido da vida dele.
É possível ater-se ao filme do início ao fim, monótono em algumas partes, porém as partes que seguem despertam a vontade de descobrir o desfecho da relutante história.
Esse filme não decepciona, foi aclamado em algumas partes do mundo, e criticado negativamente em outras por ser aos olhos de alguns outros críticos " saturado" por abordar um tema já demasiado mostrado pelo cinema.
Pelo contrário, nenhum filme além desse mostrou com tamanha textura e dignidade de um filme estrangeiro, uma dramática história, uma narrativa bem encenada, uma trilha sonora bem escolhida, uma filmagem bem trabalhada e um desfecho realmente esplêndido. O espírito de Ramón