Europa
A zona do euro dá sinais de desalento. O pacote de austeridade implementado após a crise não funcionou, o desemprego segue em níveis recorde, dois de seus principais países, França e Itália, estão em recessão, o fantasma da deflação avança e o conflito na Ucrânia parece não ter fim.
Nem sequer o motor da economia alemã foi suficiente para estancar a queda de crescimento nos 18 países que usam o euro como moeda.
De abril a julho, a economia alemã contraiu 0,2%. A Zona do euro, por sua vez, teve crescimento nulo (0%).
A última tentativa de reverter tal cenário foi tomada na quinta-feira, 4, quando o Banco Central Europeu (BCE) anunciou um pacote para estimular os empréstimos no bloco e evitar a recessão. Cerca de 1 trilhão de euros (R$ 3 trilhões) podem ser injetados na economia. Além disso, os juros caíram mais uma vez, passando de 0,15% ao ano para 0,05% ao ano. Os detalhes da operação, contudo, só serão conhecidos no mês que vem.
Segundo Simon Tilford, vice-diretor do Centro para a Reforma Europeia, entidade sediada em Londres, o euro tornou-se "o elo mais fraco" da economia global.
"O único atenuante é que o mundo acabou se adaptando a uma crise de anos. Mas a Zona do euro é o maior parceiro comercial dos Estados Unidos e tem um impacto direto sobre outras regiões", disse ele à BBC Mundo, o serviço em espanhol da BBC.
Austeros x Keynesianos
A nível global, a zona do euro é a região que registrou o pior crescimento em 2013 e que também deve crescer menos neste ano e no próximo, bem abaixo dos Estados Unidos, dos emergentes asiáticos ou da África Subsaariana.
A região também vive um dilema do ponto de qual modelo econômico seguir. Os europeus estão polarizados entre a austeridade imposta pela Alemanha (com o apoio da Holanda, Áustria, Finlândia e até Espanha) e o aumento do gasto público defendido por França e Itália (apoiados por Portugal e Grécia) para combater os efeitos da crise.
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