eu e a vida
(Mario Quintana)
Apesar de considerar o consumidor mais crítico, Lipovetsky reconhece o poder massificante da publicidade e os malefícios do hiperconsumismo, entendido como a ilusão de que a mercadoria nos garantiria a felicidade. Ao contrário, o que nos preenche a vida é o que permite ao ser humano “inventar-se a si mesmo e inventar coisas”. O risco é deixar que o consumo se converta no sentido principal da vida das pessoas.
O sociólogo polonês Zygmunt Bauman não é tão otimista e diz que o consumismo “aposta na irracionalidade dos consumidores, e não em suas estimativas sóbrias e bem informadas”. Mesmo porque “a sociedade do consumo prospera enquanto consegue tornar perpétua a não satisfação de seus membros”. Basta observar como os objetos de desejo são facilmente descartáveis para que um novo desejo imperioso se imponha.
Para refletir: Em uma das exposições do Fórum Universal da Cultura de 2004-Barcelona, havia essa informação: “A riqueza cresce, mas a pobreza também. Quinhentas companhias controlam 70% do comércio mundial e 30% do PIB mundial. Todas estão nos EUA, na Europa e no Japão”. Evista Fórum 2004, 9 mai/26 set. 2004, p. 21)
Quais as consequências dessa situação para o trabalho, o consumo e o lazer? PARA ONDE VAMOS?
As maneiras de trabalhar e consumir mudam conforme a época e o lugar, assim como são variadas as concepções que temos sobre essas atividades humanas. Nas últimas décadas, porém, presenciamos transformações extremamente rápidas, que alteraram de maneira drástica nosso modo de vida.
No início do século XX, foram marcantes as iniciativas de produção em série nas linhas de montagem, com a consequente estimulação do consumo de massa, apesar dos efeitos alienantes no campo do trabalho e de consumo. Nada se