Etnografia
Marc Augé em sua obra “Não-Lugares: Introdução a uma antropologia da Supermodernidade”, objetiva compreender a sociedade contemporânea de uma forma singular, ao passo que este a entende não como uma realidade estática, mas sim em constante movimento e ao que nos interessa, percebe a aparição de espaços outrora não obervados: os Não-Lugares. A idéia de um lugar antropológico, no sentido da totalidade, como sendo a natureza do indivíduo habitado, se põe em contraponto pelos Não-Lugares. Neles, os indivíduos se pautam por relações superficiais em termos de efêmeridade, se trata de um mundo provisório,engendrado em relações provisórias, no qual os “nativos” exprimem características diferentes em relação aos lugares.
Na etnografia realizada no shopping flamboyant, notamos algumas características relativas aos não-lugares, justamente pelo fato deste se enquadrar nessa classificação. O trabalho de campo teve seu início no dia 17 de maio, terça-feira e foi decorrido durante a semana até o sabado do dia 21. A diversidade das informações coletadas foi extremamente estarrecedora, ainda que nós tivéssemos usado uma metodologia específica - visitamos o shopping no período da tarde, geralmente das 2 às 4 e nos localizamos em lugares diferentes – sendo assim tentaremos elaborar uma síntese dos aspectos mais importantes observados.
A entrada do grupo no Shopping no primeiro dia foi bastante tranquila, sem a provocação de grandes estranhamentos tanto por parte nossa que já conhecíamos o shopping, quanto pelas pessoas que lá estavam, pois andar em grupos aparentemente é uma prática comum nesses lugares. No primeiro contato com nosso objeto já é observada uma característica em relação ao trabalho de Augé; já se torna clara a diversidade imensa dos “nativos” do shopping: haviam grupos de amigos, famílias, casais, funcionários, pessoas sozinhas dentre outras configurações. Não havia um “tipo” específico de nativo do shopping, por isso o grupo optou por trabalhar com 3