Etnografia - Campo jurídico
Nicole da Silva
Graduanda UFSC/ 2013 RESUMO:
De acordo com o exercício passado pelo professor Marcelo Mayora, o qual leciona Antropologia Jurídica na primeira fase do curso de Direito/UFSC, procurar-se-á, neste trabalho, descrever, do modo mais direto e completo possível, cenas e âmbitos vividos e assistidos por esta discente relacionados ao campo jurídico. Buscar-se-á colocar, aqui, descrições impessoais, que permitam ao leitor uma visão nítida da situação estudada; não crê-se ser, porém, uma ação impassível ao erro, tendo em vista que a tradução de um momento é, em essência, pessoal. Justifica-se tal posição com o texto O ato de estudar, de Paulo Freyre, pelo qual se entende que é a visão do mundo, diferente para cada qual, que determina, significativamente, uma palavra. Nenhuma tradução, portanto, é impessoal; da mesma forma que nenhuma leitura é pura. Os seres humanos instituem a tudo que veem, ouvem ou leem uma posição crítica derivada de experiências e conscientizações diversas, portanto nenhum estudo, por mais objetivo que tente-se deixá-lo, é uma repetição de si mesmo; todo olhar, estudo e visão sobre um ponto é uma reconstrução mental e pessoal do mesmo. É neste ponto sensível que esta etnografia basear-se-á.
ESTUDO:
Uma discussão que há muito existe no direito, e nas questões de âmbito social em geral, é se a palavra ciência pode ou não ser utilizada relacionada a tais estudos. Num reconhecimento geral, ciência busca um conhecimento verdadeiro e verídico quanto aos fatos, estabelecendo uma certeza segura aos homens. Como ciência exata, por exemplo, tem-se as leis da natureza, imutáveis e indiscutíveis; não encontra-se (não com muita frequência, ao menos) cientistas duvidosos da veracidade da gravidade, tampouco vemos pessoas jogando pedras ao alto a fim de que, em algum momento, elas permaneçam flutuando. Porém, é muito comum, pode-se dizer até mesmo essencial, aos campos sociais,