o desafio de realizar pesquisa empírica no direito
UMA CONTRIBUIÇÃO ANTROPOLÓGICA
Roberto Kant de Lima
Pesquisador de Produtividade 1-A do CNPq
Bolsista Cientista do Nosso Estado da FAPERJ
Coordenador do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia – Instituto de Estudos
Comparados em Administração Institucional de Conflitos
(INCT-InEAC)
Bárbara Gomes Lupetti Baptista
Doutoranda em Direito pela Universidade Gama Filho – UGF
Pesquisadora integrante do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia – Instituto de
Estudos Comparados em Administração Institucional de Conflitos (INCT-InEAC)
Resumo:
A importância de articular Direito e Antropologia - embora reconhecida por instituições como o MEC, que inseriu a Antropologia no currículo da graduação em Direito, e pelo
CNPq, que a elenca como subárea do Direito - ainda não está, de fato, legitimada pelos operadores jurídicos. O fazer antropológico pressupõe a relativização de verdades consagradas enquanto o fazer jurídico através delas se reproduz, sendo este contraste metodológico um significativo obstáculo ao diálogo destes campos. Exercitar a aproximação destes saberes é a nossa proposta e fazê-lo neste espaço, da Ciência
Política, assume especial relevância, não só pela interdisciplinaridade, mas também porque nos parece, definitivamente, que as respostas prontas e padronizadas que o
Direito oferece para problemas dinâmicos e diferenciados enfrentados pelos Tribunais está causando uma grave crise de legitimidade do Judiciário.
1. Uma proposta empírica: aproximar, através de pesquisas acadêmicas, os saberes jurídico e antropológico
Antes de tratarmos diretamente do assunto a que nos propusemos, entendemos que seria relevante destacar aquilo que consideramos como o aspecto crucial que
norteia, não apenas este trabalho, mas todas as demais produções acadêmicas que vêm sendo realizadas por mim, Roberto Kant de Lima, ou sob minha orientação, e pelos meus parceiros, em muitos espaços