ETNOCENTRISMO
baseada em diferenças transmitidas geneticamente. Na verdade, esses cientistas estão preocupados com outra coisa, o racismo, antagonismo entre grupos cujas diferenças polimórficas e de interação simbólica são extremamente óbvias — diferenças que nos separam em termos de idioma (raça definida segundo uma língua ancestral), nação (por exemplo, raça brasileira) e religião (por exemplo, raça muçulmana), todas sem sentido do ponto de vista biológico, o que não quer dizer todavia que sejam cientificamente inviáveis.
O racismo é, certamente, uma idéia moderna, que congrega não apenas pervertidos e ignorantes mas também aristocratas — como o conde Joseph-Arthur de Gobineau (1816-1882), cujo pensamento contribuiu para sistematizar a ideologia racista. Esse nobre francês, diplomata que serviu no Rio de Janeiro, achava que de todas as raças a branca era superior e, dentre o grupos raciais brancos, os mais civilizados eram os povos de língua indo-européia, os arianos. Superioridade, para ele, era sinônimo de “pureza”, isenção de qualquer contato e influência da parte de negros ou amarelos — principalmente do ponto de vista genético, pois a miscigenação acarretaria perda de vitalidade e criatividade e aumento de corrupção e imoralidade.
Com Houston Chamberlain (1855-1927), um