etica e politica
INTERSUBJETIVIDADE E RECONHECIMENTO: HONNETH LEITOR DO
JOVEM HEGEL
Herbert Barucci Ravagnani1
Resumo
A fim de dar conta de seu projeto crítico, o qual procura resgatar o conflito como categoria essencial para compreender a “lógica” das mudanças sociais e a evolução moral da sociedade,
Axel Honneth recorre a Hegel como uma de suas principais fontes teóricas, e realiza uma sistemática análise de seus escritos de juventude, principalmente sua tese da luta por reconhecimento, vendo nela a intuição necessária para realização de seu projeto. Nosso trabalho procurará explicitar os pontos principais, relativos a intersubjetividade e ao reconhecimento, da empreitada honnethiana.
Palavras-chave: intersubjetividade; reconhecimento; Hegel; Honneth.
Introdução
O Instituto de Pesquisa Social nasce junto à Universidade de Frankfurt em 1924 com o propósito de construir um grande programa de pesquisa interdisciplinar com fundamentação nas obras de Marx e do marxismo, dando início assim, à vertente intelectual chamada de
“Teoria Crítica”. Segundo Nobre (2003, pág. 08), “Teoria Crítica” designa um campo teórico bem mais amplo do que o termo “Escola de Frankfurt” surgido na década de 50 como uma forma de intervenção político-intelectual no debate público da Alemanha do pós-guerra.
Originariamente identificada com o marxismo por Horkheimer em seu texto Teoria
Tradicional e Teoria Crítica de 1937, a partir da década de 40 a Teoria Crítica passa a se distanciar das orientações puramente marxistas, e já com Adorno e Horkheimer realiza outros diagnósticos, sobre a sociedade capitalista, distintos dos daqueles marxistas tradicionais
(Habermas também realiza o mesmo movimento a partir da década de 60), fazendo uso tanto da crítica da economia política e da psicologia oriunda de Freud, como da crítica da cultura
(HONNETH, 1999, p. 511-512), sem, entretanto, deixar de se pautar pela orientação para a
emancipação