Etica e capitalismo
No ano de 1848, segundo Tonet (s/a), a burguesia derrota um conjunto de tentativas feias pelas classes trabalhadoras em países europeus a fim de cessar a exploração do homem pelo homem. Com essa vitória, a burguesia consolida-se política e economicamente; e novas oportunidades surgem para o rápido desenvolvimento de novas forças produtivas e, com isso, o estabelecimento de uma nova ordem social com suas características (da burguesia). Porém, essa movimentação exprime uma ordem baseada na propriedade privada, na exploração do homem pelo homem. A burguesia, a fim de quebrar as barreiras feudais, fora responsável por grandes saltos de desenvolvimento nas áreas da ciência e tecnologia, pela extinção de privilégios feudais (enfatizando, assim, a igualdade entre os indivíduos), pela ampliação do processo de individuação e pela valorização da razão e da atividade humana. Essa luta pelo lado de fora dos muros criados pelo feudalismo, intensa e violenta, levou a sociedade à um outro estágio de sua existência. A revolução industrial, por exemplo, foi fruto da derrubada dos portões feudais. Com a revolução industrial, o povo viu a sua frente a possibilidade de satisfação das necessidades de todos os homens. Contudo, ao longo do tempo foi-se percebendo que a desigualdade social e todas as questões problemáticas que a acompanha, na verdade, independe da escassez de conhecimento, recursos, tecnologia ou bens, depende única e exclusivamente da relação dos próprios homens. Esta é exatamente a questão da decadência: uma ordem social que alcança a possibilidade de satisfazer as necessidades de todos mas é impossibilitada de atender à essas exigências por conta de seus “dirigentes”, se é que pode-se assim, dizer. Ao invés de os grandes saltos na sociedade continuarem, a nova ordem estabelecida deixa de impulsionar a evolução social para limitá-la, para assim, poder ter seu controle.
2. O que é decadência
A sociedade é uma totalidade, sempre em