Etica Aristotelica
A intenção deste artigo é mostrar que esta doutrina tem um lugar privilegiado na filosofia prática de Aristóteles, na medida em que, acompanhada por sua especificidade enquanto mediedade em relação a nós (prÚw ≤mçw), isto é, dependente das circunstâncias da ação, ela assegura à ação moral uma clareza que o geral, o que acontece “a maior parte das vezes” , ou a lei universal não podem dar por eles mesmos.
Antes de tratar especificamente deste problema, é necessário retornar às distinções operadas na l’EN I 13, distinções genéricas, mas necessárias, à respeito da origem da construção do conceito aristotélico de virtude como ele aparece no segundo livro da Ethica Nicomachea.
Neste livro, Aristóteles começará a apresentar sua teoria da virtude como uma mediedade entre o excesso e a falta, o objetivo mesmo deste artigo.
A divisão aristotélica da virtude.
Após ter definido a felicidade em 1098a 16-18 como uma atividade da alma em conformidade com a virtude e, no caso de uma pluralidade de virtudes, com a melhor e mais perfeita (ou completa) , e ter especificado suas características no livro I da EN, Aristóteles irá examinar em I 13, o último capítulo do primeiro livro, a virtude humana – um momento necessário e fundamental para explicitar da maneira mais evidente a definição de felicidade – a excelência da alma, que é o objeto de estudo do político, cuja finalidade básica é tornar o homem bom e honesto. Sendo a virtude humana uma excelência da alma, é necessário, para o político , um certo conhecimento desta, da mesma maneira que o médico possui conhecimento do corpo.
O conhecimento, segundo Aristóteles, é dividido em três tipos: teórico, prático e produtivo, conforme o objeto correspondente a cada um. A ética é uma