etica Ambiental DIS MILAR
Temas Preliminares
Capítulo IV
ÉTICA AMBIENTAl
SU,'vIÁRIO:
1. Considerações gerais - 2. Presença histórica da Ética
Ambiental - 3. Perspectiva social: meio ambiente, patrimônio da coletividade - 4. Perspectiva política: gestão pública e meio ambiente - 5. A ética ela vida - 6. Perspectivas globais.
1.
CONSIDERAÇÕES GERAIS
Um roteiro histórico da Ética apresenta, ao mesmo tempo, as tendências culturais, religiosas e racionalizantes que caracterizaram as sucessivas etapas da História, a partir da Antiguidade Clássica. É possível sintetizar esse percurso através dos maiores mestres da Filosofia Moral em suas respectivas épocas.
O berço da Ética. como, aliás, o da Filosofia Ocidental, foi a Grécia dos pensadores, poetas e políticos. Duas figuras exponenciais, a partir de Sócrates, construíram os seus alicerces: Platão (429-377 a.c.) e Aristóteles (384-322 a.Ci).
O primeiro, com seu idealismo, focaliza a transcendência, aquilo que supera o mundo aparente. O segundo, com seu realismo, preocupa-se com a imanência, ou seja, sentido concreto das coisas presentes neste mundo.
Na Idade Média, sob forte influência do Cristianismo, deu-se a verticalização da Ética, na busca intensa dos valores sobrenaturais e na preocupação em instalar o Reino de Deus, o seu alvo principal. Consequentemente, o "reino deste mundo" e o valor das coisas naturais passaram a um plano subalterno. Grandes expoentes dessa fase foram os geniais Agostinho de Hipona (354-430 d.C.) e Tomás de
Aquino (1223-1274 d.C.) - o primeiro, inspirado em Platão, e o segundo, o reintegrador de Aristóteles no pensamento ocidental.
A Idade Moderna direcionou a Ética para a subjetivação. Isso se deveu ao resgate dos valores humanos eclipsados nos séculos anteriores. O Renascimento fez reviverem os valores clássicos da Antiguidade, acentuando a profanidade do mundo. O humanismo embalava os sonhos do homem redescoberto, abrindo espaço para a ciência moderna e para a dignificação da razão humana. Um expoente