Etapa 2

Etapa 2

Sartre pega o movimento crítico, dessa forma, o filósofo fará da crítica e da elaboração de novos fundamentos da psicologia um dos elementos permanentes de toda sua obra, constituindo um novo método e um novo corpo teórico para tal disciplina. Entre tais proposições está a de um método biográfico, como recurso para a compreensão rigorosa do movimento do sujeito no mundo.
O estudo do método biográfico tem muito a contribuir para que a psicologia supere a dicotomia subjetivista/objetivista e possibilite a construção de uma nova disciplina.
Para compreender um homem é necessário ir além daquilo que ele fala ou reflete sobre si, é preciso descrever suas ações, o contexto no qual está inserido, não se pode limitar ao discurso ou à linguagem, é preciso destacar a especificidade da existência humana, ao tomar o homem concreto na sua realidade objetiva, material, social, sociológica. O processo de transcender o que está dado, indo em direção ao futuro, é o que Sartre denomina de projeto de ser. O projeto é circunscrito pelo campo dos possíveis, pelas condições materiais, sociais, históricas que definem a existência de um homem, perfazendo as possibilidades de fazer-se do sujeito. O homem é construído na medida em que vai construindo, e, constrói, na medida em que vai sendo construído também, em uma relação dialética com seu meio, em um “eterno” vai e vem.
A biografia deve expor um homem enquanto totalização e não como um conjunto fragmentário de comportamentos, emoções, desejos; totalização essa que se concretiza no projeto de ser do sujeito em questão.
Neste conceito o concreto é a história, posto que a ação humana é sempre dialética. Portanto, deve-se buscar esclarecer o encontramento dos fatos em uma perspectiva histórica e dialética, para, assim, conseguir melhor compreender a vida de um homem e de uma coletividade.
Sartre defende que é necessário precisar a relação do sujeito com as suas estruturas determinantes. Argumenta que o acaso não existe, pois são