Estética do Cangaço: Influências da moda de Lampião e Maria Bonita na produção de moda de estilistas brasileiros contemporãneos
BONITA NA PRODUÇÃO DE MODA DE ESTILISTAS BRASILEIROS
CONTEMPORÂNIOS
Franciele Menegucci1
Joice Viera dos Santos2
3
Tauana Barbosa Bonazzi
Introdução
Virgolino da Silva, mais conhecido como Lampião é caracterizado, de acordo com a escritora, pesquisadora e historiadora Rodrigues (2012), como poeta, estilista e pode ser considerado um dos primeiros ‘metrossexuais’ de Pernambuco (ainda que este termo tenha sido usado somente em 1994). Ele “carregava sua própria arte”: esse termo exemplifica sua habilidade de criação com relação às roupas e acessórios que ele e seu grupo usavam, exibindo, assim, sua arte a todo o momento e em todo lugar (MELLO, 2012).
Antes de suas roupas serem costuradas, Lampião as desenhava para ter um melhor desempenho na confecção. Utilizava tecidos específicos, como o brim, e artigos de couro, principalmente o de bode, empregado somente em acessórios. Em suas viagens, ele carregava uma máquina de mão (provavelmente roubada da elite local) para confeccionar, consertar e bordar suas roupas e acessórios. Excelente bordador, ele utilizava o bordado como uma atividade de higiene mental (MELLO,
2012).
Maria Gomes de Oliveira, mais conhecida como Maria Bonita, foi a primeira mulher a entrar para o grupo de cangaceiros. Caracterizada pelo uso exagerado de fivelas coloridas no cabelo, adornos em ouro e o lenço de seda amarrado no pescoço, mesmo no calor nordestino, ela influenciou e ainda influencia na moda brasileira. Lampião também teve participação na personalidade de Maria Bonita,
Mestre em Design – Universidade estadual de Maringá. E-mail franciele_manegucci@yahoo.com.br
Graduanda de Moda pela Universidade Estadual de Maringá. E-mail joice.dig@gmail.com
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Graduanda de Moda pela Universidade Estadual de Maringá. E-mail tauana.barbosa20@gmail.com
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uma vez que, constantemente, era ele quem escolhia e adornava suas roupas e acessórios (PACHECO, 2012).