Estudos
Unidade II
ESTUDOS BAKHTINIANOS E DE SEU CÍRCULO:
UM NOVO PENSAR SOBRE A LINGUAGEM
Trataremos agora dos postulados teóricos que sustentam grande parte dos estudos linguísticos centrados, neste início de século, na interação e que foram apresentados por
Bakhtin e seu Círculo.
Vale salientar que não nos propomos, nesta unidade, a estudar Bakhtin e a produção de seu Círculo, mas nos servir de algumas de suas ideias. Fica evidente aqui a advertência de que resgataremos apenas algumas linhas desse pensamento de grande dimensão, com o intuito de contribuir para um despertar da questão da interação na linguagem.
1 BAKHTIN E SEU CÍRCULO: VISÃO MARXISTA DA LINGUAGEM
Em suas obras Marxismo e filosofia da linguagem e Estética da criação verbal,
Bakhtin e seu círculo desenvolvem uma filosofia da linguagem de base marxista quando, ao se opor as duas orientações do pensamento vigentes
na
época,
o
subjetivismo idealista e o objetivismo abstrato, expõe a existência do caráter sócio-histórico da linguagem, considerando o enunciado como
produto
de uma
interação verbal.
Ambas visões pecam pela mesma
Subjetivismo idealista
Visível no pensamento humboldtiano, trabalha com a ideia de uma enunciação monológica isolada, em que o ato de significar é de criação individual, supervalorizando este seu aspecto. A percepção da língua, desta corrente, resume-se a uma “atividade mental”, que se materializa sob a forma de atos de fala individuais, na qualidade de produto acabado
(“ergon”), na qualidade de sistema estável (léxico, gramática, fonética), que se apresenta como um depósito inerte, abstratamente construído pelos linguistas em vista de sua aquisição prática como ferramenta pronta para o uso. (Weedwood, 2002).
Objetivismo abstrato
Representado pelo pensamento saussuriano e desenvolvido pelos estruturalistas, reduz a linguagem a um sistema abstrato de formas. Por pensar em se distinguir dos procedimentos da