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As folhas da dormideira ou não-me-toques que se fecham rapidamente ao serem tocadas, mostraram aos pesquisadores que plantas têm memória (Getty Images/iStockphoto/VEJA)
Conversar com plantas pode não ser em vão. Segundo biólogos da University of Western Australia, uma espécie vegetal não só tem 'memória', como se lembra do que aconteceu durante um longo tempo. O estudo, publicado na edição de janeiro da revista Oecologia, demonstra como as plantas são capazes de aprender e de recordar o aprendizado semanas depois.
Para provar essa tese, a bióloga Monica Gagliano e outros três cientistas usaram a espécie Mimosa pudica, originária das américas Central e do Sul e conhecida no Brasil pelo nome de não-me-toques ou dormideira. Quando tocadas, suas folhas se fecham rapidamente, uma estratégia natural de defesa contra predadores. A equipe criou um mecanismo para submeter as plantas a choques que não ofereciam ameaça a sua integridade. Suspensas sobre uma base de espuma, os vasos de dormideira caíam de uma altura de 15 centímetros, deslizando sobre um trilho. O objetivo era descobrir se as folhas poderiam ser treinadas a ignorar o estímulo – lembrando-se de que a queda não oferecia risco algum.
No primeiro choque, as dormideiras fechavam suas folhas e repetiam o gesto em uma mesma queda oito horas depois. Os biólogos então submeteram um grupo de 56 plantas a uma série de 60 quedas, distantes poucos segundos entre elas, repetidas sete vezes em um dia. As folhas habituaram-se ao estímulo, mantendo-as abertas depois de quatro ou seis quedas. Para checar se as folhas não estariam apenas em estado de fadiga, os cientistas um experimentaram um tipo de choque diferente. As folhas se fecharam.
Curiosidades:
Onde foi divulgada: revista Oecologia
Quem fez: Monica Gagliano, Michael Renton, Martial Depczynski e Stefano