Estudos Diversos
Carlos Heitor Cony
18/08/05
O Crime eletrônico
O combate à violência é uma necessidade geral, não apenas no Brasil, mas no resto do mundo. Os meios de que a sociedade dispõe nesta luta crescente e sem fim, são esquálidos e revelam – se impotentes para deter ou diminuir a onda de crimes que devasta a sociedade e ameaça cada um de nós.
Em linhas gerais, pode – se dizer que os meios de defesa crescem em progressão aritmética e os recursos da violência crescem em progressão geométrica. Um novo ambiente de violência, que não inclui sequestros, estupros, arrastões e balas perdidas, surgiu com a conquista do mais sofisticado e útil instrumento da tecnologia: a internet.
Não é mole o que corre de violento e de boçal no correio eletrônico. Sem poupar a verdade, a honra alheia, a decência mínima que todo o cidadão deve cultivar, a internet está servindo como cloaca de ressentimentos, inveja, calúnias, impotência existencial, fracassos profissionais, constituindo – se numa mídia clandestina e irresponsável, onde vale tudo.
Bem sei que o assunto preocupa os responsáveis pela decência do novo e mais instantâneo meio de comunicação do mundo moderno. Mas torna – se cada vez mais difícil localizar e punir os criminosos eletrônicos. Houve o caso daquele rapaz, acho que das Filipinas, que deu um rombo no banco inglês onde a própria Rainha tinha conta. Foi identificado.
Recentemente um hacker que caluniou o presidente da República parece que foi também localizado. São exceções, ainda.
Prevalece a impunidade, que estimula o crime em quantidade e malefício.
Os benefícios da internet são óbvios, numerosos e cada vez mais indispensáveis à vida moderna. Mas há que se encontrar um meio de impedir que a poderosa arma seja usada contra a sociedade civilizada que desejamos ser.
PARNAÍBA-PI
2014