estudos culturais
Os trabalhos pioneiros em que se alicerçaram os estudos culturais talvez tenham sido The uses of literacy (1958), de Richard Hoggart, o fundador do Centro e seu primeiro diretor, Culture and society (1958), de Raymond Williams, e The making for the english working class (1963), de E. P. Thompson. Esses livros delimitaram um novo campo de estudos, que via a cultura como o conjunto intrincado de todas as práticas sociais e estas práticas como uma forma comum de atividade humana que molda o curso da História.
Do ponto de vista dos estudos culturais, a cultura é vista como um fenômeno que atravessa toda a sociedade e que está na base dos processos de produção e reprodução sociais. A indústria cultural seria uma espécie de indústria da consciência, capaz de configurar o conhecimento em conformidade com estruturas ideológicas que assegurariam a coesão social, a manutenção do status quo e a subsistência da dominação. Os produtos culturais integrariam, assim, a estrutura de poder na sociedade, necessitando de ser estudado no seu contexto histórico, social, económico, cultural, etc.
Nos textos fundadores de Hoggart (1958) e de Williams (1958) podemos encontrar a ideia de que a cultura não se reduz à ideologia. Hoggart chegou mesmo a sugerir a substituição de uma noção de classe baseada em interesses económicos por uma baseada na cultura. Williams, por seu turno, via a comunicação como um elemento essencial de estudo, já que considerava a linguagem um elemento