estudo
O título, o autor e o elenco não importam muito, só não suporto os enredos francamente imbecis. E não acho que novela tem que ensinar coisas altamente edificantes. Tem é que divertir, distrair mesmo. Então eu me jogo na cama, recostada, e fico ali vendo aquelas histórias quase sempre tolas e absurdas, sem pensar em nada. De preferência, acompanhada do meu filho, e a gente se diverte comentando as bobagens e os desempenhos ótimos ou desastrosos, e adorando as cenas de baixaria, sempre as nossas preferidas.
As personagens sempre sabem o que dizer. É óbvio que a qualidade do texto depende da competência do autor, mas não faltam uma boa resposta, uma má-criação rápida e certeira, um elogio preciso, uma declaração de amor caprichada, uma frase espirituosa. E aí eu fico pensando em como seria bom ter um texto pronto à minha espera.
Sim, porque não sei como é com os outros, mas eu sempre demoro pra pensar na melhor frase ou na resposta boa e aí, geralmente a ocasião já passou ou a oportunidade foi perdida. Isso acontece especialmente quando a conversa ou comentário é sobre mim mesma. A pessoa diz alguma coisa que toca num ponto sensível, que merece que eu me defenda ou modifique a perspectiva do que está sendo falado, e eu fico ali, feito uma idiota, dizendo qualquer coisa desimportante, quando devia ter dito isso e aquilo e aquilo outro, que eu só formulo alguns minutos depois, mas aí já não serve pra nada. Ai que ódio!
Acho que é também por isso que leio livros e vejo filmes e novelas. Pra me sentir vingada da minha parvoíce naquelas frases encadeadas, na reflexão instantânea e tão interessante que a personagem faz diante dos meus olhos, na ironia certeira, na capacidade de dizer exatamente o que aquela pessoa que a está ferindo ou maltratando precisa