Estudo do caso
Terminei.
Porque Victor Hugo acertou em uma, mas errou em outra.
Na verdade a frase anterior deveria ser: Porque Victor Hugo acertou em algumas, mas errou em outras. Contudo não tenho tempo e espaço, para detalhar os “as” vezes que ele “acertou” e “errou”. Foi pensando nisso que escolhi quatro trechos para representar minha afirmação. Vamos a eles: O primeiro, que me é tão próximo, pois sou do curso de História, validou toda a leitura desse belo livro, já que apresenta uma defesa tão pungente daquilo que é tema de pesquisa dos historiadores no presente; enquanto que o os outros três trechos simbolizam a minha “crítica” aos “Miseráveis”.
Prossigamos, então…
Sobre os historiadores:
“O historiador dos costumes e das idéias não tem missão menos austera que o historiador dos acontecimentos. Este tem, à superfície da civilização, as lutas entre as coroas, o nascimento dos príncipes o casamento dos reis, as batalhas, as assembléias, os grandes homens públicos, as revoluções à luz do dia, tudo que é exterior; o outro historiador tem o interior, o fundo, o povo que trabalha, que sofre e espera, a mulher oprimida, a criança que agoniza, as guerras surdas de homem para homem, as selvagerias obscuras, os preconceitos, as iniquidades consentidas, os contragolpes subterrâneos da lei, as evoluções secretas da alma, a comoção indistinta das multidões, os mortos de fome, os descalços, os nus, os deserdados, os órfãos, os desgraçados e os infames, todas as larvas que erram em meio às trevas (…) Esse historiador dos corações e das almas terá menos deveres que os historiadores dos acontecimentos? Por acaso, julgam que Alighieri tem menos coisas a dizer que Maquiavel? O Subsolo da civilização, por ser mais profundo e sombrio, é menos importante que a superfície? Uma montanha pode ser bem conhecida quando se ignoram como são suas cavernas? (…) Ninguém é bom historiador da vida patente, visível, palpável e pública se não for