Estudo do Belo
Que seria o belo em si mesmo? Uma tentativa metafísica (ou seja, uma das hipóteses), reza o seguinte: o belo é o ser enquanto se destaca como perfeição. Equivale, em outras palavras a dizer: o belo é a perfeição em destaque. Ou, com alguma nuance: o belo é o esplendor da forma. Então a palavra forma equivale à essência, e já dizemos: o belo é o esplendor da essência da coisa.
Desde a antiguidade grega muito e sempre se escreveu sobre todos os aspectos do belo, mas principalmente sobre as propriedades do belo, como proporção e harmonia, bem como de sua ação estética.
O objetivo prático evidentemente prevalecia, no sentido do fazer belas as coisas, quer as simplesmente úteis, quer as de expressão artística, o que equivalia dar-lhes correta proporção e harmonia.
O belo foi tema apreciado dos grandes filósofos clássicos, e assim também dos grandes nomes da filosofia moderna.
A bem da verdade, os tratados do belo poderiam ser mais breves, se não houvessem ocorrido tantos acidentes de percurso. Assim sendo, o tratado do belo ficou sendo uma espécie de tratado de exercício de coisas intrincadas. A história apresenta quais foram estes acidentes de percurso.
Platão (427-347 a.C.) ocupou-se com a arte e o belo nos diálogos menores Ion e Fedro; nos maiores, em algumas passagens de República e Leis.
Situou Platão o belo no ser, concebido por ele sobretudo como idéias reais arquétipas. O mais era sombra. Tornou-se famosa a sua invectiva contra a arte. Interpretando-a como expressão sensível, achava dever preteri-la em favor da contemplação das idéias reais transcendentes. Aliás por razões análogas, no futuro, Hegel fará da arte apenas um estágio da dialética do Espírito, a ser superado por um momento superior seguinte.
Quanto ao belo em si mesmo, a doutrina de Platão sobre os arquétipos contém em embrião a essência de todos os sistemas de metafísica do belo. Inclusive Kant, apesar do seu apriorismo sem objeto real, fez do belo