Em busca da felicidade possível: um estudo do belo e seus efeitos em schopenhauer e alberto caeiro
EM BUSCA DA FELICIDADE POSSÍVEL: UM ESTUDO DO BELO E SEUS EFEITOS EM SCHOPENHAUER E ALBERTO CAEIRO
Penha, Corbélia, Pr.
2006
Aceito as dificuldades da vida porque são o destino, Como aceito o frio excessivo no alto do Inverno — Calmamente, sem me queixar, como quem meramente aceita, E encontra uma alegria no fato de aceitar — No fato sublimemente científico e difícil de aceitar o natural inevitável. (Alberto Caeiro)
EM BUSCA DA FELICIDADE POSSÍVEL: UM ESTUDO DO BELO E SEUS EFEITOS EM SCHOPENHAUER E ALBERTO CAEIRO andré boniatti
Ao propormo-nos a execução do artigo que aqui se nos encerra, buscamos não apenas interpretar uma das facetas da obra de um dos maiores poetas universais, como o é bem apontado o Fernando Pessoa no Cânone Ocidental do crítico de terras americanas, Harold Bloom, mas buscamos também expressar diante de nossos meios singelos a perscruta de um objetivo soberbo que se clama na obra do seu Alberto Caeiro, — por via de lembrar o leitor que pega a carruagem em andamento, o mesmo é heterônimo de Fernando Pessoa, parente heteronímico de Álvaro de Campos e Ricardo Reis, bem como também, entre outros, de Antônio Mora, que debruça-se sobre o paganismo[1] como ele. A felicidade, pois, é esse objetivo. Assim, tendo sob os olhos aqueles versos que parecem estar minuciosamente sob a égide espectral de alguma coisa que se intitule Natureza em nós mas num mundo relativo, onde a idéia dos deuses configura imagens puras de uma religião conquistada por um autodidatismo anti-retórico em que todo devir em potência paira calmo na superfície de uma consciência despropositada e tão simplesmente contemplativa como se a vida fosse apenas olhar e estar de acordo; em nossa virgindade acanhada que relacionada a esse encontro entendemos, por assim